DRA. ADRIANA VALERIO DA SILVA CRM-SP: 120814 RQE:72104-1
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Endometriose PARTE III

10/23/2017

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​Bom hoje vou falar sobre o tratamento ou, melhor, tratamentos da Endometriose e como fazer o diagnostico .
      Lembrando sempre que o tratamento é individual e depende muito da paciente . Principalmente se quer ou não gravidez , idade , grau da endometriose ( ou suspeita do grau) .

      Fale lembrar sempre que o diagnostico de certeza da endometriose é feito pela Laparoscopia quando podemos observar as lesões castanho-avermelhadas, esbranquiçadas ou negras ; endometriomas;  aderências . 

      Antes da cirurgia precisamos ter em mãos para melhor programar a laparoscopia: um bom ultrassom pélvico transvaginal com doppler ( preferencialmente feito com alguém experiente , aqui em São José dos Campos ,eu recomendo o Dr. Alexandre Muassab da Clinica Digen ) , um exame sanguíneo de CA-125( ele é um marcador tumoral e  dá uma vaga ideia se há ou não endometriose )  e se necessário uma Ressonância Magnética da pelve . O ultrassom bem feito é melhor que qualquer ressonância , essa é valida , quando há suspeita de comprometimento de outros órgãos como intestino, bexiga ,  fígado . 

    Agora que já temos os elementos para  planejar a cirurgia de endometriose , Vamos lá!!!. Dependendo do que temos no ultrassom podemos optar pelo uso ou não de Zoladex ( acetato de Goserrelina )  pré ou pós operatório por 3 a 6 meses . Se temos lesões grandes como endometriomas maiores que 4 cm , o Zoladex é bem recomendado na tentativa de diminuir o endometrioma e facilitar sua retirada . O ultimo consenso de Endometriose de 2013 recomenda que na presença de lesões acima de 4cm , se faça a cirurgia . 
     Outra opção menos incomoda que o Zoladex é o Dienogeste ( Allurene ) : é uma progesterona de uso continuo que tem mostrado bons resultados na diminuição das lesões de endometriose e principalmente na dor . Pode ser usado pré ou pós cirurgia e também nas pacientes que não desejam cirurgia e tem muita dor.

   O grande limbo está nas pacientes inférteis que não tem lesões  visíveis ao ultrassom : Fazer ou não a cirurgia ? 
  •    Se a paciente é nova e deseja gravidez : sim - FAÇA !!! O ultimo consenso sobre Endometriose (2013) mostrou que  endometriose nos graus I e II e realizamos a cirurgia , as chances de gravidez espontânea nos primeiros 6 meses pós cirurgia aumentam e muito. 
  • Se a paciente tem mais de 37 anos e um ultrassom sem lesões , preferimos oferecer a ICSI direto . Devido a idade e também pela baixa reserva ovariana que observa-se .  A ICSI aumentou as chances de gravidez quando comparada com mulheres que fizeram a cirurgia e ficaram em conduta expectante por 6 meses. 
   Pacientes jovens que não desejam gravidez no momento e não tem critério para cirurgia , a melhor opção de tratamento é o contraceptivo oral combinado ( pilula)  ou contraceptivo oral só de progesterona ( cerazette) . Principalmente a pilula usada de forma continua , evitando a menstruação . O ultimo consenso de Endometriose mostrou que a pilula continua melhora as dores e consequentemente melhora a qualidade de vida das pacientes . Por isso quando atendo pacientes com suspeita de endometriose ou que já fizeram a cirurgia e não desejam gestação , opto por iniciar a pilula continua . Lembrando aqui que se o sintoma principal for dor optamos pelo Dienogeste por 6 a 12 meses e depois manter com anticoncepcional continuo.

OBS: NÃO HÁ CERTO OU ERRADO NO TRATAMENTO DA ENDOMETRIOSE . O TRATAMENTO É SEMPRE INDIVIDUAL . SE SEU MEDICO RECOMENDOU ALGO DIFERENTE NÃO ESTÁ ERRADO
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Endometriose - PARTE II

10/23/2017

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 Sintomas e quando desconfiar.

    Apesar de todos acharem que quem tem endometriose tem dores horríveis. Posso lhes afirmar que nem sempre é assim!! A endometriose é uma doença com um leque  grande de sintomas : temos desde pacientes sem sintomas nenhum ( aquelas que muitas vezes quem faz o diagnostico é o cirurgião durante uma cirurgia de retirada de vesícula, por exemplo) até pacientes com dores insuportáveis e incapacitantes.
 
    Quais  são os principais sintomas de endometriose? DOR e INFERTILIDADE.

1-Dor:
Geralmente as pacientes com endometriose tem DOR, mas não uma dorzinha qualquer. É uma dor intensa e insuportável que piora  no período menstrual. É uma dor tipo cólica ou continua que, muitas vezes, não melhora com medicações para dor como anti-inflamatórios  ou analgésicos comuns. A dor pode se refletir nas costas (principalmente ) e nas laterais da barriga. No período menstrual tem pacientes que até referem sangue nas fezes. Muitas pacientes chegam a perder os dias de trabalho quando estão menstruadas. 
A dor da paciente com endometriose também aparece na relação sexual. Geralmente a dor da relação ocorre na penetração profunda, não melhora com a mudança de posição na relação e pode  até  interromper o ato sexual, o que muitas vezes leva a problemas de relacionamento do casal. A paciente pode ter dor na penetração também, porém é menos comum.
Algumas mulheres com endometriose podem referir dor em baixo ventre ou na barriga toda  fora do período menstrual também. A dor pode ocorrer também em locais específicos como em um dos lados da barriga, ou nas costas e também pode ser incapacitante.
Muitas mulheres com endometriose com ou sem o diagnostico enfrentam problemas de relacionamento. Mulher menstruada já é difícil, imagine menstruada e literalmente morrendo de dor. E imagine conviver com uma mulher que não consegue ter prazer na relação sexual em qualquer posição porque está com dor. Os parceiros/ maridos acabam sofrendo junto. Há casais que lutam juntos por diagnostico, tratamento, etc. e outros que acabam se separando (infelizmente já vi isso acontecer).
Além da dor, mulheres com endometriose podem ter: sangramento irregular, que ocorrem no meio do ciclo em pequena a moderada quantidade; sangramento junto com as fezes ou no xixi (dependendo do grau de endometriose e da localização).
Se você tem cólicas menstruais apenas nos primeiros dias da menstruação ou que melhoram com medicações: Fique tranquila você tem outro tipo de doença que chamamos de dismenorreia primaria. Essa doença é muito comum em adolescentes e mulheres jovens ( até 20-23 anos ) e tende a melhorar com o passar dos anos e completo amadurecimento do organismo feminino. 

2- Infertilidade:
A endometriose causa infertilidade de várias maneiras (existem várias teorias, novamente !!): Uma das teorias diz que os focos de endometriose liberaram toxinas (vamos chamar assim para não usar muitos nomes técnicos) que impedem a fertilização do óvulo ou mesmo a fixação do embrião ao útero. Ou quando temos os cistos de endometriose no ovário (endometriomas), o que leva esse ovário a não funcionar adequadamente ou mais uma vez as toxinas produzidas pelos cistos  (endometriomas ) interferem na qualidade do ovulo, ovulação e fertilização do óvulo. Outra teoria diz que pelas lesões de endometriose distorcerem as estruturas pélvicas levando a obstruções da trompa, fixação do ovários em locais inadequados, levando a trompa a não conseguir recolher o ovulo para que ele seja fertilizado pelo espermatozoide.
Muitas pacientes não nenhum sintoma de dor e quando não conseguem engravidar, mesmo menstruando regularmente, acabam fazendo o diagnostico de endometriose. Mesmo as pacientes com endometriose minima/leve podem ter infertilidade.
O tratamento (falarei mais a frente) depende do grau de endometriose, sempre!!!

Lembre-se se você tem menos de 35 anos e está tentando engravidar há mais de 1 ano ou mais de 35 anos e tentando há mais de 6 meses: procure um especialista !!!
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Endometriose - O vilão da vez ...

10/23/2017

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  Endometriose : A Vilã da vez...
  Sim a endometriose é uma doença do mal, como costumo dizer as minhas pacientes. Porém se não podemos cura-la, podemos muito bem torna-la suportável.
    Na minha humilde opinião, a endometriose é uma doença desgastante tanto para a paciente quanto para o médico/a. Eu, cada vez que tenho que dar um diagnóstico de endometriose, choro junto com as pacientes, me desespero junto com elas e me preocupo com o futuro:  não só reprodutivo, mas também em qualidade de vida. A qual também envolve os familiares e o parceiro (namorado/marido/companheiro). 
   Essa doença carrega um estigma com ela, parece às vezes uma condenação ao mundo obscuro das dores intermináveis. 
   Infelizmente ainda não sabemos de onde vem e porque apenas algumas mulheres desenvolvem a endometriose. Existem várias teorias porém nenhuma delas ainda comprovada isoladamente. Acredita-se que elas se associam ou se misturam. Algumas teorias existentes dizem respeito ao sangue menstrual que cai dentro do abdômen pelas trompas dando origem aos implantes de endometriose que a principio são pequenos focos que podem se tornar com o tempo nódulos ou aderências; outra diz que é um problema no sistema de defesa da mulher que tenta combater esse sangue e acaba estimulando um processo inflamatório com células de defesa do corpo e criando os focos e nódulos de endometriose; outra diz que muitas vezes o médico, durante uma cirurgia que abra dentro do útero (por exemplo a cesariana) pode  levar essas células para outros lugares (por exemplo a pele da cicatriz da cesárea) e aí elas implantam, dando origem a nódulos ou focos de endometriose. Eu já tirei 2 nódulos de endometriose (os famosos endometriomas)  logo abaixo da cicatriz da cesárea de pacientes.
   Sabemos que a endometriose não coexiste com alguns tipos de doenças, por exemplo: A síndrome dos Ovários Policísticos. Quando alguém me diz que tem endometriose e ovários policísticos, costumo brincar que tem que escolher uma.
    A endometriose é uma doença que atinge mulheres na idade fértil. Portanto não há mulheres menopausadas com endometriose. Mesmo porque para a doença se desenvolver é preciso Estrogênio, hormônio presente em baixa quantidade na menopausa.  Bom, somente lembrar que pacientes com endometriose que entraram na menopausa não podem (ou não deveriam) usar reposição hormonal com estrogênio.
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    Neste blog quero compartilhar informações descomplicadas  sobre medicina, infertilidade, anticoncepção, gravidez, amamentação e outras coisas de mulher e mãe.

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